O poder do mínimo: constância que transforma

Pequenos passos diários reprogramam o cérebro e constroem resultados exponenciais.

Na edição #1, organizamos o conhecimento para libertar a criatividade.

Hoje, damos um passo atrás.

Ou melhor, um passo mínimo.

Para encontrar a mágica que transforma pequenos gestos em hábitos inquebráveis.

Hábito: O pacto do mínimo diário

Nunca se falou tanto sobre constância.

E há um motivo.

No curto prazo, os benefícios parecem invisíveis.
Mas, quando você menos espera, não lembra mais como vivia antes.

Foi assim quando decidi ler apenas um capítulo por dia.
Em um mês, terminei um livro.
Em um ano, doze.

O segredo está em firmar um pacto de mínimo viável.

E honrá-lo.

Insight: Neurociência em ação

A neuroplasticidade mostra:

o cérebro reconfigura suas redes conforme os estímulos.

Ele não distingue o real do imaginário.
Distingue o repetido do esporádico.

Repita o mínimo com constância.

E observe o cérebro fazer a parte dele.

Não é papo de guru.

É ciência.

Ia da vez: Da faísca à profundidade

Na seção anterior, falei da neuroplasticidade e do vídeo da Mel Robbins.

O pacto do mínimo seria assistir ao vídeo. Mas a verdadeira transformação acontece no passo seguinte.

Como garantir que um insight valioso não se perca no dia seguinte?
Como transformar 20 minutos de vídeo em conhecimento aplicado?

A resposta é usar a pesquisa profunda como a continuação natural do hábito. É aqui que uma dupla de IAs elimina a fricção entre ver e entender de verdade.

1. Grok: DeepSearch

  • O que é: Uma plataforma que executa modelos de linguagem em velocidade instantânea. Perfeito para quando a curiosidade não pode esperar.

  • Como eu uso: Para a primeira camada de exploração. Faço perguntas rápidas para validar e expandir um insight inicial.

2. Gemini: Deep Research

  • O que é: O modelo do Google com capacidade de analisar contextos gigantes (documentos, vídeos, etc.) e gerar sínteses profundas.

  • Como eu uso: Para a segunda camada, a de aprofundamento. Peço para ele conectar os pontos, criar estruturas e transformar informação em sabedoria.

O fluxo na prática (com o vídeo da Mel Robbins):

  1. A Faísca (O Mínimo): Assisto ao vídeo da Mel Robbins. A frase que fica na minha cabeça é: "O cérebro não distingue o real do imaginário; distingue o repetido do esporádico."

  2. Grok (1 minuto): Imediatamente, abro o Grok para testar e expandir essa faísca. Pergunto em sequência:

    • "Quais estudos científicos comprovam a tese de Mel Robbins sobre repetição e cérebro?"

    • "Como a visualização (imaginar) e a ação (fazer) ativam áreas cerebrais similares?"

    • "Liste 5 exemplos práticos de como usar isso para aprender uma nova habilidade." As respostas aparecem em tempo real, alimentando minha linha de raciocínio sem interrupção.

  3. Gemini (5 minutos): Agora, com a validação e os exemplos do Grok, busco profundidade. Alimento o Gemini com a transcrição do vídeo e os insights da minha pesquisa rápida, e peço:

Com base na tese central de Mel Robbins e nestes pontos da pesquisa, crie um guia prático de 3 passos para uma pessoa usar a neuroplasticidade a seu favor para construir um novo hábito. Use uma linguagem simples, direta e motivacional.

O que aconteceu aqui?

Um insight de um vídeo (o passo mínimo) não ficou perdido.

Ele foi desafiado, aprofundado e transformado em um plano de ação claro.

A pesquisa deixou de ser um obstáculo paralisante. Ela se tornou a própria ferramenta para construir o hábito.

Depois disso, salve o que aprendeu no Segundo Cérebro.

5 perguntas para mentes que atravessam fronteiras

Nesta edição, uma honra e um presente.

Meu amigo Glauco Maschio.

Nos conhecemos na escola, unidos pela tecnologia.
Ele aprofundou. Tanto que virou referência no Brasil.

Da nossa cidade para Curitiba. De Curitiba para a Faria Lima.

Além da competência rara, um ser humano que, décadas depois, ainda compartilha visões e me ajuda a enxergar mais longe.

Sou grato por tê-lo em meu círculo.

A partir de hoje, esta seção é fixa. Em toda edição, uma mente que atravessa fronteiras compartilhando seus insights com você.

5 PERGUNTAS PARA MENTES QUE ATRAVESSAM FRONTEIRAS

Empreendedor serial e investidor em tecnologia, Glauco Maschio fundou a Pixter, uma das pioneiras em transformação digital para grandes empresas no Brasil.

Atua como tech advisor de corporações líderes e investe em startups globais como SpaceX, Starlink, Digibee e outras dezenas de empresas.

Atualmente, concentra sua atuação em projetos e investimentos que integram blockchain ao universo web2, explorando novas fronteiras entre infraestrutura tradicional e tecnologias descentralizadas.

1 - O que mudou na sua forma de pensar nos últimos 12 meses?

Nos últimos 12 meses, amadureci uma visão mais crítica sobre o momento que estamos vivendo. Por muito tempo, acreditei que a IA e a blockchain iriam simplesmente substituir o que conhecemos. Hoje, vejo que a transformação é mais profunda, mas também mais lenta e complexa. A blockchain não vai apenas digitalizar o dinheiro. Ela muda o papel das instituições, dos intermediários e da própria ideia de confiança. E a IA, apesar de poderosa, não resolve problemas que nem o humano do outro lado está disposto a enfrentar. O que mudou foi entender que não se trata de matar os modelos anteriores, mas de construir, com mais tecnologia e mais velocidade, soluções para problemas que continuam os mesmos. A diferença é que agora temos mais meios, mas ainda precisamos de intenção, profundidade e preparo para usá-los bem.

 2 - Qual hábito simples tem feito mais diferença no seu dia a dia?

Apesar de ser mais introvertido, sempre fui de falar com muita gente. Conversas, cafés e reuniões sempre fizeram parte da minha rotina. Mas percebi que, no volume em que isso acontecia, estava me afastando do tempo que eu precisava para estudar e testar novas tecnologias, que é o que realmente me move. Reduzi drasticamente a quantidade de reuniões e hoje só saio do escritório, de casa ou até aceito um call quando há um objetivo muito claro. Isso me devolveu foco e energia. Me conhecer melhor, entender onde gasto mais energia e o que me drena, tem sido essencial. Parei de tentar ser o empreendedor que dá conta de tudo. Cada um tem uma história, e o que me trouxe até aqui foi a minha forma de fazer, que é diferente da de outros. Isso também precisa aparecer na rotina, nas escolhas e no que cada um está realmente buscando.

3 - Você usa IA? Como ela te ajuda ou te atrapalha?

Passei por uma fase em que tentei usar IA para tudo e comecei a me irritar com frequência. Perdia horas tentando corrigir o que ela entregava ou tentando forçar um resultado que eu resolveria em cinco minutos com foco e raciocínio próprio. Isso me fez entender que IA não é solução mágica. Hoje uso o dia todo, mas com mais consciência. Para alguns temas, continuo preferindo seguir minha rotina de pesquisa, organizar meu próprio raciocínio e tirar minhas conclusões.

O que fez diferença foi entender o que cada modelo é bom em resolver. Cada IA tem pontos fortes e tentar usar uma só para tudo é pedir para ter uma visão limitada.

O que me atrapalhou foi depender dela até para as buscas mais simples e deixar de exercitar o pensamento. Isso nos torna preguiçosos e impacientes. E mais do que isso, gera ansiedade. A gente passa a esperar respostas imediatas, certeiras e muitas vezes nem lê com atenção o que foi gerado.

Lembre-se que o que te trouxe até aqui foi a sua forma própria de resolver problemas. Se a IA te entrega respostas prontas e aparentemente perfeitas, e ela é especialista em transformar a maior besteira já dita em algo que parece inteligente, você corre o risco de perder o seu jeito único e o seu diferencial. Use IA para produtividade, para acelerar o trabalho, não como um segundo cérebro.

4 - O que você acha que a maioria das pessoas ainda não entendeu sobre tecnologia e criação?

Ainda existe a ilusão de que tecnologia cria por si só. Muita gente acha que basta usar uma ferramenta nova para entregar algo relevante, mas tecnologia só amplifica o que já existe. Sem intenção clara, sem visão, o resultado é só mais ruído, com mais velocidade. Outro ponto é que as pessoas focam demais na ferramenta e esquecem da ideia. Criar com tecnologia exige mais do que saber usar o que está disponível. É entender onde ela falha, onde limita, e usar isso como ponto de partida para algo original. Quem só replica o que a tecnologia permite, acaba criando o mesmo que todo mundo. No mundo atual, por mais que pareça contraditório com a quantidade de ferramentas que pensam por nós, vence o mais criativo.

5 - Se você pudesse compartilhar um conselho pra quem quer construir com mais clareza, qual seria?

Comece pelo essencial. Antes de pensar na ferramenta, na automação ou na aparência, entenda o que realmente precisa ser resolvido. Clareza não vem de saber tudo, mas de saber o que importa. E se você não consegue explicar em uma frase o que está fazendo, é porque ainda não entendeu o suficiente o problema que está tentando resolver. Saber explicar é mais importante do que ter a melhor IA ou a melhor tecnologia. Às vezes o motivo de você não estar recebendo boas respostas é simples: você nem sabe explicar o problema pra você mesmo. E não tem IA que resolva isso. Não seja preguiçoso em pensar e estudar sobre os problemas que deseja resolver.

A entrevista do Glauco fala sobre construir com intenção, sobre entender o essencial.

Isso me conecta com minhas próprias fronteiras.

Minhas raízes paraguaias me ensinaram a transitar entre três culturas.

A pandemia reforçou: isolados, somos pequenos. Juntos, como a Argentina, o Paraguai e o Brasil, viramos um hub do Mercosul.

Cada cultura, um ponto de vista.
Cada perspectiva, um "passo mínimo" para uma visão maior.

No 100fronteiras, já passaram colegas de mais de 15 países.

A lição é a mesma do hábito diário:
A diversidade não é sobre quantidade.
É sobre a constância de manter mente e coração abertos.

Isso expande nossa capacidade de resolver problemas.
Isso expande nossa área de atuação.

A raiz da mudança de comportamento e da construção de melhores hábitos é a sua identidade. Cada ação que você realiza é impulsionada pela crença fundamental de que é possível. Então, se você mudar sua identidade (o tipo de pessoa que você acredita que é), então é mais fácil mudar suas ações.

James Clear

Agir liberta.

Meu pacto público é publicar no mínimo uma edição por mês.
Mas o processo tem sido tão transformador que talvez você receba mais.

A constância gera clareza.
A ação gera sentido.

Que assunto você quer ver na próxima travessia? Engenharia de prompts, pesquisa profunda, construção de apps por vibe code? como eu estou automatizando todo processo operacional do Grupo 100fronteiras?

Responda este e-mail.

Vamos construir juntos.

— Denys Alex

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